No dicionário vemos que interesseiro é aquele que só atende ao próprio interesse. Porém, verificamos que o interesseiro não age assim 100% das vezes, e sim, nas poucas vezes que enxerga o retorno imediato. Portanto, se eu agir para atender meu próprio interesse quando o retorno for imediato e também quando o retorno for duvidoso, estarei muitos níveis acima daquela pessoa a quem chamamos interesseira.
Um exemplo disso, que me incentivou a escrever este artigo, foi o que me ocorreu hoje, pela manhã.
Eu dirigia calmamente, por uma via preferencial, quando avistei um ônibus que tentava fazer o retorno no canteiro central, para entrar na via em que eu estava. O motorista iria esperar a minha passagem, porém, eu diminui a minha velocidade e fiz sinal de farol para que ele entrasse a minha frente. Eu sei que eles estão sempre estressados em relação a horário, eu não estava com pressa e não havia outros veículos nas proximidades.
Então, eu pensei: um dia, vou me encontrar com esse motorista e ele vai se lembrar o quanto eu fui bacana com ele e, assim, faremos bons negócios (meu interesse era esse). Isso quer dizer que eu fui bastante interesseiro. Mas, será que algum dia, vou me encontrar com esse motorista?
E se agíssemos dessa forma todos os dias e em todas as ocasiões possíveis? E se em muitas dessas ocasiões tivermos que sacrificar interesses imediatos? Estaríamos errando ou acertando?